quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Merda - Amor e Humor

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Miss Angola, Miss Universe, Mis Mil

Nada melhor do que ver a Band Miss no botequim, Bar do Italiano, TV sem som, mas farra total, na miríade de belezas mis...
Minha maquineta correu de mão em mão. As duas do Edu da TV É Rio-RJ, ou TV Brasil Iul! Iiiiuuuu! Quando eu ainda tinha olhos,  falei: Miss Honduras, Mis Ucrânia e Miss Angola. Cravei! Algumas imagens são minhas, outras, de todo mundo. Parabéns, Leilinha! Miss Universo, Viva o Golfo de Luanda! Viva o Sorriso! Viva a nossa Maluquice! Tu és grau Dez! Lá no Céu a própria Lua não é mais formosa! Parabéns!

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

2011: Dez anos do 11 de setembro: guerras, terrorismo e jornalismo

 Vietnã, Malvinas, Ruanda, Kosovo, NY, Iraque


  (Trecho do meu livro Jornal do Brasil, Memórias de um secretário, de 432 páginas com fotos, lançado no segundo semestre do ano passado, quando o JB deixou de ser impresso, dando  Adeus às Bancas. O livro conta histórias e loucuras deste e outros veículos.)


  O 11 de setembro de 2001 representou, no próprio ato de ataques a símbolos do poderio americano, um marco nas relações internacionais e o enfraquecimento da influência da ONU, que já vinha atuando a reboque das crises entre os povos. O terrorismo, arma do desespero, da covardia e do desprezo pelos inocentes, é antigo como o quê. Hoje, recrudesce como recurso suicida de fundamentalistas contra governos centrais, em especial Washington e Moscou.
 A reação americana era previsivelmente grandiosa como foram os atentados de 11 de setembro. O que causou surpresa, num primeiro momento, foi a maneira emotiva como os americanos se perguntaram não por que foram atacados, mas como os terroristas puderam atingir o Pentágono e o World Trade Center. Como se obedecesse ao script dos fundamentalistas, o governo americano produziu um efeito negativo para a imagem do país, com retrocesso nos direitos civis.
 A imagem dos governantes americanos se deteriora no planeta, tratado como um tabuleiro no qual podem circular, exibindo armas, sem autorização da ONU. Essa autonomia gera notícias diárias no mundo. Para alegria dos editores, que sabem que good news, no news, as bombas dos terroristas e os bombardeios dos Estados Unidos são um espetáculo visto em tempo real.
 Em fins dos anos 60, na Guerra do Vietnã, cidadãos americanos viam, pela TV, na hora do almoço, seus filhos morrerem em filmes registrados 24 horas antes no Sudeste da Ásia. Era o sangue vindo de avião no videotape. Na Guerra das Malvinas (Falklands), 1982, os repórteres britânicos, embarcados em belonaves da primeira-ministra Margaret Thatcher, enviavam, do Atlântico Sul para o mundo, reportagens que passavam antes pelo crivo de censores militares britânicos. Na Guerra do Golfo, em 1991, pela primeira vez se viu bombardeio em tempo real, via TV. Não tínhamos internet, mas a guerra no Kuwait se assemelhava a um videogame Atari, com os alvos azul esverdeados dos iraquianos sendo atingidos pelos mísseis e bombas dos americanos. Na tomada de Bagdá, em 2003, tivemos, em grande escala, o que já se vira, embrionariamente, em 1999, quando os americanos, sob a liderança de Bill Clinton, livraram a minoria muçulmana de Kosovo e os albaneses da ira dos sérvios cristãos no coração da Europa. Para isso, atacaram até o centro de Belgrado. Nesses  bombardeios, já havia um fluxo quase contínuo de informação. Mas foi na tomada de Bagdá que os informes do Pentágono passaram a conviver, lado a lado, com informações incensuráveis transmitidas por outros pólos, como a TV Al Jazira, ou por meio da internet e de toda parafernália digital hoje disponível a preços populares. Essa explosão de imagens ao vivo e comentários contraditórios sobre a guerra do Iraque não tem precedentes na história.
 Saddam foi capturado, mas na esteira do ataque americano, crianças mutiladas pelo terror são, 30 minutos depois, mero arquivo de fotografias diagramáveis nas capas de jornais dos cinco continentes. Tudo é mostrado na velocidade da internet. Nada escapa de canal nenhum. O mundo atordoado procura saber em que momento essa volatilidade visual do terror pode afetar de vez o atual ciclo da globalização.
 Do mesmo modo que todo mundo sabe dos riscos do tabagismo e da Aids, todo mundo sabe dos riscos de virar refém de terroristas. Todo refém estrangeiro no Iraque sabia antes de ser apanhado, que, na linguagem do terror, quanto mais inocente melhor.
 Na linguagem jornalística, quanto mais guerra, mais espaço editorial, mais chamada na primeira página. No tempo da Guerra Fria, os grandes jornais tinham quatro ou cinco páginas por dia para a editoria internacional, e todas sofriam alterações de primeiro e segundo clichês, tamanha a tensão entre as superpotências. Findo o regime soviético, sobreveio a chamada Pax americana. As páginas internacionais foram reduzidas a duas, ou uma e meia.
Mas, ainda na era  Clinton, 1 milhão de africanos foram massacrados em conflitos tribais de poucos meses. Só os satélites americanos viram Ruanda em tempo real. Os leitores de jornal, a ONU e os cidadãos dos EUA pouco puderam fazer. Pouco saiu no jornal.  Pouco se viu na internet sobre uma hecatombe envolvendo pobreza e silêncio.
 Com o terror como o inimigo público número 1 do mundo, o noticiário ganha, ameaçadoramente, mais e mais páginas ávidas de sangue e manchetes de ódio. As páginas são ávidas, os leitores, talvez não. Militares e jornalistas não podem garantir para onde caminha a humanidade. As respostas podem estar mais na tolerância entre as culturas  e as religiões do que na inteligência e sofisticação de armamentos. A internet talvez exerça papel positivo nesse quadro de insegurança mundial. Mas não há nenhuma garantia de que possa.


Sobre o livro Jornal do Brasil, Memórias de um secretário,  escreveu Nilo Dante:

     Pautas & Fontes reflete a jornada de Alfredo Herkenhoff através do fascinante universo que foi, um dia, a redação do Jornal do Brasil.
     O relato é caudaloso e emocionado. Não se isenta da nostalgia. Mas passa ao largo da amargura, embora o autor tenha sido testemunha e vítima do naufrágio a que foi conduzido o antigo colosso da imprensa brasileira.
    Herkenhoff evita aprofundar-se nas águas da debacle empresarial. Pouco se detém na insensatez das causas e ou no aventureirismo dos efeitos, ambos por demais conhecidos. Seu facho de luz prefere mirar a galáxia infinita de um grande jornal  (ainda que às voltas com a agonia) e seus habitantes siderais.
     Manejando habilmente o estilo anotações-de-repórter, ele produz uma viagem voluptuosa que não se obriga à cronologia. Embriaga-se na emoção. Ao fim da travessia, Herkenhoff ancora seu turbilhão pessoal em profunda (e merecida) reverência aos dois colegas de profissão que mais o impressionaram: José Gonçalves Fontes e Oldemário Touguinhó. 
     Esse par de ases da reportagem surgiu na Idade de Ouro da Imprensa Brasileira, período que nasce no big bang dos anos 50 e termina no vendaval falimentar dos anos 90, quando os jornais brasileiros, de pires na mão, buscaram socorro na velha UTI do BNDES, com o fracassado Promídia que tentaram emplacar em 2003.
     Touguinhó e Fontes descendem, em linha direta, da estirpe dos grandes repórteres que marcaram os anos 40 e 50. Tornaram-se dignos sucessores de Joel Silveira, Samuel Wainer, Rubem Braga, Caio Júlio César Vieira, Carlos Lacerda, Edmar Morel, David Násser (a estrela máxima da constelação), Ubiratan de Lemos, Arlindo Silva, Luciano Carneiro, José Leal, Geraldo Romualdo da Silva e outros craques exponenciais da Profissão Repórter, nos quais a memória não me socorre.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Pela privatização do Bondinho de Santa Teresa

REFLETIR POR UM RIO MELHOR COM MELHOR SEGURANÇA: 

Um político ambicioso com desejos de se tornar governador do Rio de Janeiro e, na sequência, presidente do Brasil, diante da tragédia do Bondinho de Santa Teresa, pensa grande, pensa a demagogia maior. Já mandando no palácio da Pinheiro Machado, seu primeiro ato é comprar o Bondinho do Pão de Açúcar. Agora o Caminho Aéreo é estatal.  Felicidade na Cidade Maravilhosa. Só turista  paga para subir. Carioca da gema, sem dinheiro, mas com voto,  não paga para subir na Praia Vermelha. E ainda pode assaltar os visitantes e até matar um ou outro, em especial aquele que pagou para subir e subiu de vez.

 Dez mortes depois, duas greves, uma paralisação para uma reforma fajuta do equipamento sucateado e pronto: O Bondinho na Urca é um orgulho. O governador voa alto e chega ao Planalto. E sem freio no céu da ilusão do poder, descobre, no primeiro dia em Brasília, que o Bondinho do Caminho Aéreo do Pão de Açúcar despencou, matando 54 pessoas e ferindo cinco. Absurdo. O Caminho Aéreo do Pão de Açúcar é nosso. Tem de encontrar o culpado. Aí alguém fala em privatizar o bondinho na Urca. Chiadeira.

Moral da História: O bondinho de Santa Teresa não exerce a função de transporte de massa. Quando ele ficava meses parado poucos notavam. Os bondinhos de Santa  são as lagostas de Cuba, only for you, turista de países ricos e capitalistas. Os socialistas cubanos preparam as lagostas mas não as comem. Servem-nas como deveria servir o  bondinho de Santa, para gerar riqueza no bairro carioca, ou para, lá em Cuba, gerar  divisas ajudando Havana a enfrentar o vazio econômico e o embargo comercial dos Estados Unidos. 

 Sou a favor de um  bondinho charmoso, novo como se fosse de 100 anos atrás, mas sem exercer função de transporte de massa.  Que uma boa empresa do ramo, de Zurique ou Marselha, ou San Francisco, receba a incumbência de mostrar quão péssimos são os administradores dos políticos brasileiros que vencem eleições majoritárias. Nomeiam em nome da governabilidade a ratalhada amiga boa de voto.

 Estou com Pelé, vai aprender a votar e pare de achar que está feliz no estribo, pare de rebolar achando que dá lucro roubar visitantes que pagam para subir, mas não cantam para morrer.

 Choramos os mortos da semana passada. Mas digo: político, tu é ladrão!

Tudo tem seu preço. Quer bondinho de massa? Expulse os carros de Santa Teresa, expulse os micro-ônibus, as montadoras de quatro rodas, faça uma revolução, mas não me venha com essa conversa de que poder público sabe administrar uma dúzia de bondinhos velhos no meio de um bairro montanhoso de quilômetros serpenteando a Zona Sul, o Centro, a Zona Norte a Floresta da Tijuca. Pare com essa bobagem. E neste bairro charmoso, que por sua topografia escapou da especulação imobiliária predadora, existem hoje 19 favelas.

 O bondinho tem de levar riqueza para os pobres de Santa Teresa, não transportar os seus moleques que, ingenuamente, prejudicam a indústria do turismo.

 O bondinho é da comunidade ou da cidade? O bondinho é da humanidade, é da urbanidade, é da eficiência. Politico só é eficiente quando pensa no voto. Depois, é mão no saco. E são todos ficha-limpa! La Roriz, flagrada enfiando a mão na meia, faz discurso no plenário.

 Não é sacrilégio dizer: por favor, poder público, reconheça que você de bonde não manja nada. privatize o Bondinho o quanto antes. Santa Teresa merece ter no Bondinho o símbolo da tranquilidade, da beleza de ver sua gente, de ir, curtir e voltar, voltar sempre, para alegria de todos no Bar do Gomes, Lagoinha, no Restaurante do Mineiro, no Simplesmente, no Arnaudo, na Coroa, no Aprazível, Fogueteiro, no Parque da Ruínas, Paula Mattos, Almte Alexandrino, Curvelo, Largo das Neves, Guimarães, Tenente Silveira, Áurea, Taylor, Céu na Terra, Fallet, Sumaré, Paineiras... E vamos que vamos...

 Bondinho sim, belo como o que havia antes, mas, poder público, não. Poder público é porta de hospital, é estribo, é o desastre anunciado.

Por Alfredo Herkenhoff - Correio da Lapa, Rio de Janeiro, 1º de setembro de 2011


(Escrevi essas linhas depois de receber trés convites para me manifestar conta a privatização do Bondinho de Santa Teresa. Sou a favor, então como atender aos caros colegas que são contra? Só refletindo... E Viva a democracia!)